Coluna do Elio Gaspari, de 11/11/2018

Um grande Rio Branco

            Está nas livrarias “Juca Paranhos, o barão do Rio Branco”, de Luís Cláudio Villafañe Santos. É uma excepcional biografia do patrono da diplomacia brasileira, uma grande figura (1m82cm), a quem o país deve uma área equivalente à dos estados de Pernambuco, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul somados. Escrita por um diplomata de carreira, mostrou o personagem em sua intrigante grandeza. Retrata um conservador (melhor dizendo, um reacionário). Rio Branco foi monarquista enquanto pôde, achou a Abolição uma coisa precipitada e não gostava de novidades, entre elas os elevadores.

            Juca Paranhos era menor que seu pai, o Visconde de Rio Branco (1m92cm), teve uma juventude boêmia, engravidou, e bem mais tarde, casou-se com uma dançarina de cabaré. Costuma-se lembrar que ele começou a carreira como cônsul em Liverpool, ficando a impressão de que puseram-no no canil. Engano, era o cargo melhor remunerado do Império e Paranhos passava boa parte do tempo em Paris.

            Pesquisa notável, dela surge um Barão mestre da esgrima burocrática, da manipulação da imprensa e do culto à própria glória. Tudo isso a serviço do país, numa época em que as grandes potências retalhavam a África. Morreu no gabinete de trabalho sem fazer fortuna.

            Villafañe Santos desmonta, como “clara mistificação, a ideia de que Rio Branco aproximou o Brasil dos Estados Unidos. A boa relação com Washington já existia.

            Esse grande personagem deixou uma pergunta: Por que o Barão, tendo engravidado a dançarina com quem manteve uma relação de pouco ou nenhum afeto, teve com ela outros quatro filhos?

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